Biografia
E. Anna Szegedi descobriu fandoms muitos anos antes de aprender o significado da palavra. Ela escreveu sua primeira fanfic (para Heroes of Might and Magic III) aos oito anos de idade, usando um lápis e folhas de papel sulfite. Sua primeira incursão nos fandoms online foi através de um pequeno fórum dedicado à trilogia Bartimaeus de Jonathan Stroud, onde também publicou sua primeira fanfic com múltiplos capítulos. Os fóruns e sites de fãs em inglês a motivaram a aprender o idioma, e sua paixão por línguas foi impulsionada quando passou a ler (e escrever) fanfiction em inglês.
Ela entrou para OTW (Organização para Obras Transformativas) como membro da equipe de Tradução em 2017. Como usuária ávida do Archive of Our Own – AO3 (Nosso Próprio Arquivo), Anna estava animada para ajudar a tornar os projetos da OTW mais acessíveis para pessoas que não falam inglês. Mais tarde, ela se tornou gerente voluntária do comitê, trabalhando para treinar e dar suporte à equipe em suas tarefas.
Anna é bacharel em Inglês e Filologia Americana e tem mestrado em Tradução e Interpretação. Ela trabalha no setor administrativo de uma universidade, onde é responsável pela admissão e suporte diário para estudantes internacionais.
Plataforma
1. Por que você decidiu participar das eleições para o Conselho de Administração?
O fandom ocupa um espaço importante na minha vida desde que aprendi a ler bem o bastante para encarar livros por conta própria. Como inúmeras pessoas por aí, ele sempre foi meu suporte e fuga quando precisava sair do mundo real por um tempo. Acredito que o trabalho da OTW é vital para os fandoms, e embora meu tempo no comitê de Tradução tenha sido muito gratificante, estou agora em uma posição em que posso contribuir mais para comunidade. Eu quero devolver a todas as pessoas incríveis cujas obras me ajudaram em momentos difíceis, e acredito que a melhor forma de fazer isso seria servindo no Conselho da OTW.
2. Que competências e/ou experiência você traria para o Conselho?
No meu trabalho administrativo na universidade onde metade do corpo estudantil é composto por estudantes internacionais, eu já tive a oportunidade de trabalhar com adolescentes e jovens de uma ampla gama de contextos sociais e culturais diariamente. Eu ajudo a lidar com todos os tipos de situações, de imigração a achar alojamento, até situações mais cotidianas como comprar ingressos para shows e tradução de documentos oficiais. Meu emprego exige empatia e compreensão para navegar um ambiente multicultural, o que será muito útil no Conselho de uma organização internacional.
Eu sinto que meu tempo na OTW, tanto como tradutora voluntária e mais tarde como gerente voluntária, me ensinou habilidades importantes de comunicação e gerenciamento. Tenho um olho bom para pequenos detalhes, uma habilidade que me ajudou muito nas minhas tarefas aqui na OTW e na minha vida real também.
3. Escolha uma ou duas metas para a OTW que são importantes para você e nas quais você teria interesse em trabalhar durante seu mandato. Por que você valoriza esses objetivos? Como você trabalharia com outras pessoas para alcançá-los?
Disponibilizar os projetos da OTW no maior número possível de línguas é o objetivo com o qual me sinto mais conectada. Eu me lembro de trabalhar pesado para traduzir páginas da wiki de Sailor Moon para uso próprio quando era adolescente, pois havia muito pouco conteúdo na minha língua. Eu espero ajudar pessoas que não são fluentes em inglês a usar e engajar com os projetos da OTW com mais facilidade. Também é importante que nossos projetos sejam acessíveis a pessoas com deficiência visual ou qualquer outra deficiência que possa afetar suas experiências online. Por exemplo, acrescentar legendas nas imagens para ajudar pessoas que usam leitores de tela; é um detalhe pequeno, mas muito importante.
A preservação de obras de fãs é outro aspecto importante do trabalho da OTW. O fórum da trilogia Bartimaeus onde publiquei minha primeira fanfic não está mais online, o que significa que as obras hospedadas nele provavelmente foram perdidas. Oferecer uma forma de importar fóruns como esse para o AO3 significa que pequenos pedaços do fandom continuam a existir, mesmo se as pessoas que criaram a plataforma original não estiverem mais participando.
4. Que experiência você tem com os projetos da OTW e como você colaboraria com os comitês relevantes para os apoiar e fortalecer? Tente incluir diversos projetos, mas se sinta à vontade para enfatizar em particular projetos com que você tem experiência.
Através do comitê de Tradução, tive a oportunidade de colaborar com outros projetos de várias maneiras. Já traduzi tags do AO3 para Organização de Tags e ajudei os comitês de Diretrizes e Abuso e de Suporte na comunicação com pessoas que usam o AO3 e que não são fluentes em inglês. Eu sei que disponibilizar a interface do AO3 em línguas além do inglês é um passo que ainda não estamos no ponto de dar, mas enquanto isso, podemos continuar trabalhando para facilitar a vida das pessoas que não falam inglês.
Como membro do Conselho, eu me esforçaria para aprender sobre as necessidades de outros comitês para poder apoiá-los da melhor forma dentro das minhas capacidades. Eu acredito que nunca paramos de aprender, e gostaria de aproveitar essa oportunidade para ampliar meu próprio escopo de habilidades e usar meus novos conhecimentos para ajudar outras pessoas.
5. Como você equilibraria seu trabalho no Conselho com seus outros cargos na OTW ou como planeja se afastar de suas responsabilidades atuais para se focar no trabalho do Conselho?
Atualmente, meu único cargo na OTW é o de gerente voluntária no comitê de Tradução, e acredito que meu tempo livre seja suficiente para assumir um outro papel. Felizmente, meu emprego oficial é flexível o bastante para eu encontrar tempo para minhas tarefas na OTW. Eu também sou uma coruja e não tenho problema nenhum em trabalhar até tarde, se for por algo que gosto. A OTW é exatamente isso: algo com o qual eu me importo profundamente, e que acho que merece cada segundo que dedico.